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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O Intolerante


 Chamavam-no o Intolerante. Aliás, esse não era o seu verdadeiro nome. Mas era conhecido por esse nome. Jamais alguém tinha falado e escrito para os jornais certos pensamentos como ele. Por isso começaram a chamá-lo de Intolerante. Todos diziam que ele era Intolerante; por isso lhe puseram o nome de Intolerante. Era Intolerante, e pronto. Quem o chamava assim, eram todos os tolerantes, os outros. Ele era o único intolerante; todos os demais não.

Por isso é que o chamavam de Intolerante, isto por que ninguém falava e escrevia como ele. E como ninguém era como ele, os outros o chamavam de Intolerante, e que os outros os tolerantes, por serem a maioria, lhe deram o nome de Intolerante. Sendo pois ele o único Intolerante, os outros, por oposição, eram todos tolerantes. Sim,... eles eram os tolerantes.. Isto por que eram a maioria absoluta. Por esta razão, tinham o direito de o chamar o Intolerante. Por serem a maioria absoluta, o assunto, não poderia ser resolvido de outra forma. Eles os tolerantes, tinham o estatuto de tolerantes, se alguém tinha a culpa toda desta situação, era o Intolerante, pela simples razão, que ele era diferente de todos os outros. Ele era quem era Intolerante, os outros não.

Mas o que é ser Tolerante? Se formos tolerantes, permitiremos que os outros tenham as suas próprias atitudes e crenças, ou que se comportem de determinada maneira, mesmo que nos não concordemos ou aprovemos. Não é esta uma excelente atitude? Seguramente! Todos nos sentimos bem com pessoas que respeitam as nossas crenças e atitudes, mesmo que estas difiram das delas.

Quando já entramos no século vinte e um, será que a humanidade em geral já aprendeu lições da sua historia violenta? O mundo em que vivemos e vislumbramos, não nos dá nenhum motivo de regozijo. A exaltação dos integrismos, a exacerbação dos nacionalismos e a constante reaparição dos preconceitos raciais e étnicos, sopram as brasas do ódio. Por isso a violência continua! As pessoas continuam a odiar-se por causa das diferenças de religiões e de formação ética. As raízes dos problemas parece estar numa educação mal orientada. As pessoas em vez de se respeitarem e amarem, continuam aprender a desconfiança e o ódio, que na maioria os Pais, as Escolas e a Sociedade em geral lhes ensinaram. É imperioso que nos livremos dessa tolerância duvidosa que nos faz tolerar a intolerável miséria, a fome , o sofrimento de milhões de seres humanos. Então, fora dessa caverna da intolerância, encontraremos o brilho do sol, o brilho da compaixão e da fraternidade. Esses sentimentos são nobres. Mas que meios práticos existem que possam mudar o obscuro espírito subjacente ao nosso mundo que se considera esclarecido? Falaremos nos próximos artigos debaixo deste tema, e veremos quanto ainda pudemos mudar para cultivar-mos a tolerância.



Autor: José Valgode

Site: http://www.valgode.de/

 

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